Este blog tem como objetivo explicar o contexto do período Barroco, ele tem como criadores os alunos do curso de Licenciatura em Música da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana) que por meio de componente curricular Historia da música II veio exigir como atividade avaliativa a elaboração de um site. A explicação do período barroco acontecera por meio de postagens na página inicial sobre o movimento em si, e em biografias de compositores importantes para este período que será postada em páginas com o nome do compositor.

Jean-Baptiste Lully




Jean-Baptiste Lully (Giovanni Battista Lulli), foi um compositor italiano que viveu em Paris desde criança. Nasceu em 28 de novembro de 1632 - Florença, Itália, e morreu aos 54 anos, em 22 de março de 1687 – Paris, França. Começou a tocar violino ainda na Itália, aprendendo as técnicas básicas com um franciscano de Florença e, posteriormente na França, aprimorou-se no instrumento e aprendeu a dançar. Foi casado com Madeleine Lambert, filha do compositor Michel Lambert. Passou a maior parte da vida trabalhando na corte de Luís XIV, para quem começou a trabalhar no final de 1652, como dançarino. Compôs muitos balés para o Rei, dedicando-se, porém, inteiramente à ópera, a partir de 1670, quando seu interesse e habilidade para dança não possuía a mesma intensidade de antes. Tornou-se um ditador musical da França (GROUT, PALISCA, 2001), considerado mestre do barroco francês, seu estilo foi bastante imitado na Europa, como por exemplo, a textura a cinco partes das suas orquestrações e o emprego dos sopros de madeira.


·        Lully e a Ópera francesa

Segundo Grout, Palisca (2001), a ópera italiana havia sido aceita por quase todos os países da Europa ocidental, exceto a França, aonde não adotaram esta ópera, mas também ainda não havia criado a sua própria. Entretanto, com o patrocínio do Rei Luís XIV, nasceu na década de 1670, a ópera francesa, possuindo características distintas da italiana. Essas características tiveram origem em fortes tradições nacionais: o ballet e a tragédia clássica francesa. Lully foi o primeiro importante compositor, combinando elementos do ballet e do teatro, dando o nome de tragédie lyrique (tragédia musical).
O libretista Jean-Phillippe Quinault fornecia a Lully letras para as óperas, com intrigas sérias sobre temas mitológicos, com frequentes interlúdios de dança coral, teor de adulação ao Rei, glorificação da nação francesa e episódios de aventuras românticas.


‘’Lully adaptou o recitativo italiano aos ritmos da língua e da versificação francesa. Conceber uma declamação musical para as palavras francesas estava longe de ser uma tarefa fácil, pois nem o rápido recitativo secco nem o semimelódico arioso da ópera italiana se adequavam ao ritmo e à acentuação da língua francesa. Diz-se que Lully terá resolvido o problema estudando o estilo de declamação utilizado no teatro francês e imitando-o tão facilmente quanto possível, mas esta ideia, embora sedutora, é difícil de comprovar. É verdade que o ritmo, as pausas, e muitas vezes também as inflexões, se assemelham às da declamação teatral. Mas o baixo rítmico e a linha vocal melodiosa atenuam a ilusão de fala que o recitativo italiano conseguia produzir. ’’ (GROUT, PALISCA, 2001, p. 363-365)


O recitativo típico de Lully, tinha como característica a oscilação do compasso ou agrupamento dos valores de notas, entre binário e ternário. O monólogo de Armide ilustra uma mistura de estilos: começa com uma pulsação livre e passa a uma secção com caráter de ária (trecho de recitativo uniforme, mais melodioso). 


Vídeo: Lully, Armide, II Ato, Cena 5, ''Enfin, il est ma puissance''

Nessa cena, ''a orquestra introduz a cena com um tenso prelúdio que contém elementos do estilo da abertura francesa, mas logo em seguida o acompanhamento é confiado a um cravo. Armide canta uma cadência irregular, ou seja, onde alternam os compassos de três quartos e de quatro quartos. Isso permite que as duas sílabas acentuadas que normalmente se encontram em cada verso do poema recaiam em tempos fortes. A cada verso segue-se, geralmente, uma pausa, e o mesmo sucede, por vezes, com as censuras no meio dos versos. As pausas são também utilizadas de forma dramática... '' (GROUT, PALISCA, 2001, p. 366)

Algumas obras


Vídeo: Te Deum LWV 55 (Texto cristão musicado por Lully)
Em 1687, enquanto conduzia o Te Deum em honra a Luís XIV, o compositor atingiu o pé enquanto batia no chão o bastão que marcava o tempo, causando uma infecção, levando-o a morte.



Vídeo: Ópera Armide (1986, NAWM 75)
Ópera em cinco atos, com libreto de Philippe Quinault baseada na obra de do poeta Torquato Tasso 'La Liberata' (Jerusalém Libertada). Foi a última da série de tragédias líricas de Lully e se libretista.



Vídeo: Ópera Amadis de Gaule (1684)


Vídeo: Ópera Atys (1676)
Prelúdio em cinco atos, com libreto de Philippe Quinault baseada na obra de Ovídeo Fasti








Laís de Souza Silva

Referências

GROUT, D.; PALISCA, C. V. História da Música Ocidental. Tradução de Ana Luiza Faria. 2a ed. Lisboa: Gradiva, 2001.

WIKIPEDIA. Jean-Baptiste Lully. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Baptiste_Lully> Acesso em: 24 Jul. de 2018.

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